segunda-feira, 8 de agosto de 2011

FILHOS DA TERRA E FILHOS DO CÉU

É no contexto das vivências originárias que nós, desde nossos ancestrais, em diferentes culturas, nos descobrimos situados na terra como o húmus fértil do chão (húmus = homo), e, ao mesmo tempo, ligados ao céu, cuja observação nos abre a novas dimensões e conexões existenciais (religado, conectado = religiosus). Assim, nossa humanidade não se define apenas pela linguagem (homo loquens), habilidade (homo faber), arte (homo aestheticus) e intelecção (homo sapiens), mas também por nossas conexões com o mistério e o transcendente manifestos no mundo (homo religiosus).

Como filhos da terra, somos homo ("húmus"): inseridos no tempo e no espaço terrenal. Como "filhos do céu", somos religiosus: capazes de ler e reler o cotidiano, a partir de experiências fundadoras de sentido, que nos remetem ao infinito e à transcendência. Daí os dois possíveis sentidos para "religião": religar e reler, do verbo latino relegere.

A partir do texto acima, produza artigo de no mínimo 20 linhas, contendo:

- reflexão sobre a necessidade de religião para o ser humano, hoje;
- reflexão sobre as dimensões do sentido da palavra religião: quando podemos falar em "religar" e quando podemos falar em "reler"?

ENTREGA: ATÉ 10/08, antes das aulas deste dia.

14 comentários:

  1. É pela própria experiência que o homem se descobriu um ser que vive na terra (e da terra) e, para entender seu papel no mundo, precisou de respostas às suas perguntas existenciais, sempre na tentativa de entender o mundo e a si mesmo. Essa tentativa de entendimento demonstra que a humanidade sempre sentiu o transcendente, uma vez que somos uma unidade de corpo e espírito, sempre abertos ao infinito.
    Com o desenrolar da história, o homem se encantou com o conhecimento do mundo, esquecendo-se do transcendente, relevando e desprezando os mitos e os símbolos, valorizando a exterioridade em detrimento da interioridade. Nosso tempo tornou-se carente de significados.
    Urge um retorno à religiosidade. A ciência tem muito a oferecer como transformadora da sociedade, mas precisa da religião. É a religião que traz a possibilidade de um mundo melhor. É a religião que se importa com os valores sagrados. É a religião que faz o homem ter uma atitude de encantamento diante do mundo. Se cada um de nós for capaz de descobrir a importância do transcendental, será capaz de transformar e trazer luz à realidade em que vivemos. Com a religião, somos capazes de entender o sofrimento do outro. Entendendo seremos solidários e capazes de mudar a face do mundo atual.
    A humanidade está inserida num tempo e num espaço próprio, fazendo uma história única a cada dia. Construímos nosso futuro e aprendemos com nossas experiências pessoais. Interpretamos o mundo a partir de nossas convicções, influenciadas pela concepção religiosa que temos. Assim, a religião faz com que o homem “leia” os acontecimentos à luz de sua fé. E a vivência coerente da religião traz a possibilidade de uma leitura, isto é, de um entendimento dos acontecimentos numa perspectiva transcendental.
    Fazendo a leitura dos acontecimentos de acordo com nossa concepção religiosa, somos capazes de perceber um sentido novo em nossa história. Somos capazes de dar sentido à realidade e, mesmo em meio aos problemas da existência humana, encontramos um sentido que vai além. Dessa maneira, a religião também é um “religar” do homem à possibilidade de infinito que existe dentro de cada um.
    Ler e religar. Olhar o mundo de forma nova, transformando o coração e superando as próprias limitações num acolhimento ao transcendental. Essa possibilidade de cada um de nós traz a visão de um futuro possível à nossa humanidade tão velha e tão infantil.

    Dirce Helena Bosco de Miranda

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  2. A religiosidade faz parte do ser, o homem como criatura de Deus tem dentro dele a “marca” divina que é inclinação profunda ao transcendente, para tal o homem como criatura presta reverencia ao criador.
    Hoje o pensamento do homem moderno o limita ao consumismo que o leva a sua própria destruição. Em uma reflexão mais profunda vemos a sociedade entrando em um colapso religioso que o leva a descrença, o homem escuta muitas “verdades” que o faz entrar em um conflito interno de idéias que o leva cada vez mais para distante da religião. O ser humano não reconhece mais sua origem, por isso buscar indagam sobre o seu ser. O que sou? Para onde vou? São perguntas que constantemente o ser faz a si, mais sem êxito porque não se descobriu como criatura. Para poder chegar a respostas para esses questionamentos o ser tem que ter a fé, a fé segundo o escritor da Carta aos Hebreus é o fundamento daquilo que se espera, assim para compreender o ser e o cosmo é preciso a fé, essa que não tem uma resposta imediata para as indagações, mais faz que compreenda- se cada dia melhor a existência.
    Todos os homens têm que fazer uma grande reflexão profunda sobre a existência, é válido, mais não cabe a ele tentar usurpar o lugar de Deus. Essas realidades de usurpação vêem ao longo dos séculos, quando esse toma a postura de se colocar o centro de toda existência, o que não foi uma grande idéia, o que se produziu com essa atitude foi a super- valorização do ser e a diminuição da fé (em Deus) , isso está sendo muito forte principalmente na Europa.
    Acredito que enquanto o homem não redescobrir à Deus ele vai permanecer no vazio da existência, pois quando reconhecemos a Deus a cada dia descobrimos mais um pouquinho de sentido da nossa existência

    Josemar Oliveira.
    2° período Teologia

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  3. Religião/ser humano


    O homem, ser interrogador de si mesmo, certo de sua missão terrena, porém com total consciência da necessidade de sua ligação com o divino, procura na religião um sentido para os seus atos e atitudes, que muitas vezes o levam a ultrapassar os limites da liberdade humana na busca por aquilo que acredita ele o manterá em uma conexão com um plano divino. Esta busca por uma ligação com o divino faz este homem entender a necessidade de uma religião, onde a sua escolha muitas vezes recebe influência cultural e a partir desta escolha, vem o entendimento pela diferença existente entre o que fazemos e o que devemos fazer como melhor forma de mantermos ligados a um plano divino, porém esta escolha deve nos fazer entender o real motivo da nossa existência terrena, não esquecendo que para uma constante ligação com o transcendente, devemos observar a grandeza do seu mistério e entende-la sem ultrapassar seus limites, onde para este entendimento o homem precisa descobrir a necessidade de uma religião em seus dois sentidos, pois mesmo quando afastamos de Deus, podemos voltar atrás e repensar nossas atitudes, buscando na religião o melhor caminho para uma re ligação com o divino que nos faça entender que em nossas atitudes estão à condição de aumentar a nossa conscientização de um aumento de semelhança com o divino, então o homem deve ter uma convicção plena quanto a escolha desta religião a qual ele acredita lhe mostrará o caminho que dá sentido a sua vida.


    NATAL, 08 DE AGOSTO DE 2011.
    Sidineide Oliveira Pinto de Lima

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  4. Religião deriva do Latim e pode ter dois sentidos: para Cicero ela se origina da palavra “relegare” que em português significa reler; já outros estudiosos defendem que ela derive de “religare” que em português seria religar. Nas ciências humanas modernas a ideia de religião está ligada ao social e ao psicológico com base estrutural própria, se trata de uma organização constituída por diversos grupos que praticam ritos e crenças.
    O conhecimento de Deus por meio da escrituras (ensinamentos) é de grande importância para os cristãos. O homem por sí só é frágil diante das adversidades da vida e por esse motivo precisa de um suporte para dar sentido a ela. Não é muito raro encontrarmos pelas ruas multidões em procissão de fé externando sua devoção ao criador ou mesmo a alguns santos protetores, entretanto alguns lideres dessas seitas se utilizam dessa fragilidade humana para conseguir riqueza para si próprio, desvirtuando assim os verdadeiros ideais religiosos.
    É nisso que encontramos o significado de “reler”, visto que precisamos estudar os dogmas religiosos para não sermos enganados por esses falsos pregadores e através desse estudo chegamos ao termo “religar” que seria uma ligação entre homens e seus deuses.
    Assim a religião é de suma importância para a humanidade. A sua prática traz esperança ao homem dando-lhe a certeza de chegar a eternidade, por isso é preciso entender se estamos seguindo corretamente o caminho que ela nos ensina para alcançarmos o verdadeiro sentido da fé.

    Lenita Lima Silva do Nascimento

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  5. A partir do texto, verificamos que o ser humano sempre buscou compreender o Universo que o cerca, tentando estabelecer verdades (sentido) para a sua vida. Para isso, não buscou apenas compreender os laços com a terra, com o palpável e visível, mas também para o invísível e incompreensível, mas extremamente forte em sua vida, haja vista o sentimento de que algo une uns aos outros. Esse sentimento de que uma teia invisível cobre as pessoas, aprofunda o estebelecimento de uma conexão com o mitológico e transcendente.
    É verdade que a globalização e capitalismo possibilitaram um esfriamento da busca de verdades pelo ser humano, que limitou o seu desejo ao meramente ter, enquanto a própria definição do existir ficou dispensado a um segundo (terceiro, quarto) plano. Mas a realidade que surge, com tantas catástofres da natureza, fazem com que esse mesmo homem volte a estabelecer um vínculo de preocupação e cuidado com a natureza, com o “húmus értil do chão”, e também com sua ligação com o Divino. Buscar o sentido da vida é uma preocupação e uma necessidade do ser humano, e isso se dá com o estabelecimento de uma ligação com o Sagrado, tendo a instituição Igreja, a religião um aspecto fundamental, visto que ela pode propiciar esse encontro do humano com o Divino. Esse é um dos sentidos da palavra religião, religar: religar o humano ao Divino, ao Sagrado. Também a religião tem o sentido de “reler”, pois, a partir da premissa dos fundamentos da religião, somos convidados para reler o nosso cotidiano com os olhos da fé, dos ensinamentos vivenciados e apreendidos pelo homem.


    Dayse David de Oliveira Lima
    FAHS - Teologia - Turno noturno

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  6. FILHOS DA TERRA E FILHOS DO CÉU
    Paulo da Silva Gurgel

    A intenção de Deus ao criar o ser humano (Gn1, 26) inicia com a expressão “Deus disse” e em seguida: “Façamos o homem à nossa imagem. Diferentemente das plantas e de outros seres vivos, irracionais, essa expressão demonstra a intimidade de Deus com o ser humano como “Imago Dei” (Imagem de Deus). Assim, o homem é colocado no mundo não só como um “homo sapiens”, mas um homem que reconhece sua condição de criatura submissa ao criador. Surge então o “homo religiosus” que descobre o sagrado, a divindade superior que se manifesta, e descobre a certeza da existência de uma realidade que transcende o mundo em que vive. Embora não conhecendo acreditamos nesse Deus que está além de nossas forças. “Deus é a mais alta subjetividade do homem... Este é o mistério da religião: o homem projeta o seu ser na objetividade e então se transforma a si mesmo num objeto em face de esta imagem, assim convertida em sujeito”. (Feuerbach). Quanto ao “objeto” temos a religião no sentido interior, seria a aproximação do homem a Deus para tê-lo propício, para adorá-lo, aplacá-lo, etc. Quanto ao “sujeito” temos a religião como o encontro do homem com a divindade Deus, assim Deus e homem são sujeitos desta relação. Quando falamos em Psicologia da Religião estudamos um conjunto de fenômenos e comportamentos individuais e coletivos aplicados à religião ou ao religioso. Quando falamos em Sociologia da Religião, passamos a estudar a religião no contexto social. Assim muito bem diz Durkheim: “Quando a religião parece caber inteira no foro íntimo do indivíduo, ainda assim, é na sociedade que encontra a fonte viva da qual ela se alimenta.” Concluindo podemos afirmar da importância da religião para o ser humano.
    No Judaísmo, no Cristianismo e no Islã, “Sagrado”, “Santo”, designamos tudo aquilo que está próximo de Deus ou lhe é consagrado quer se trate de lugar ou pessoa. Como afirma Durkheim: A existência de religião não implica necessariamente na existência de um Deus, basta que exista a segregação de um “sagrado”. Houve grandes religiões sem Deus, como o Budismo.
    Quanto às dimensões do sentido da palavra religião: “religar” e “reler”. Cícero faz derivar a palavra de “relegere” no sentido de reler, rever com cuidado. Lucrécio fala de “Religio” que significa uma “religio” qualquer, a religião em geral. Assim vimos descrições contrárias feitas por Cícero e Lucrécio. Para Cícero a religião seria o respeito que o indivíduo sente no mais íntimo do seu ser pelo divino. Enquanto que para Lucrécio, ao contrário, a religião seria um “sistema de ameaças e promessas que só fomentam o fundo tenebroso da natureza humana”. Entretanto, hoje quando se fala de religião é num sentido diferente dos tratados por Cícero e Lucrécio

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  7. O HOMEM
    SER TERRENO, SER RELIGIOSO.

    Ao longo da história, de diversas maneiras, o homem busca definições para sua humanidade, seja pelo fato de existir, seja pelas relações com do transcendente através de crenças e comportamentos religiosos, e também a busca do entendimento do mistério. Daí podermos ser chamados de filhos da terra e filhos do céu.
    O homem é um ser religioso. Por conseguinte, esta religiosidade se expressa na busca de Deus. O Catecismo da Igreja Católica nos diz que: “A razão mais sublime da dignidade humana consiste na sua vocação à comunhão com Deus”(CIC 27).
    Tendo em vista que todos os valores, condutas, sentimentos humanos, procedem de preceitos religiosos, apesar das mudanças de valores, o homem de hoje precisa de referencias para dar sentido à vida e seguramente essas referencias são encontradas na religião, pois sem ela estaremos fadados a uma vida sem significados.

    A religião assume o sentido de “religar” quando nos leva à busca do divino, tendo em vista que, o homem pode ter acesso ao conhecimento da existência duma realidade que é a causa primeira e o fim último de tudo, «e a que todos chamam Deus»(CIC 34). Enquanto que, quando nos propomos a olhar para a história religiosa dos nossos antepassados e nela buscar seus costumes, suas crenças, seus valores, seus ritos, a religião ganha o sentido de “releitura”.


    Eli Maria Fonseca
    FAHS -Teologia - Noturno
    3º período

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  8. O homem desde os primórdios da sua existência já realizava uma busca para dar sentido aos fenômenos naturais que os assolavam. As questões em seu dia-a-dia estavam diretamente ligados os fenômenos da natureza (o sol, a chuva, os raios o trovão) que eram entendidos como manifestação de “Deuses” que se expressavam aos homens. Com o passar do tempo houve um entendimento dos fenômenos naturais, porém intimamente o ser humano sempre buscou uma força superior que ordenasse sua vida e desse respostas para o que acontece após morte.
    Esta busca se estende até os dias de hoje através de vários meios, sendo a religião a que procura aprofundar e dar sentindo aos questionamentos do homem moderno, através de modelos a serem seguidos, interpretações de textos sagrados e uma doutrina.
    A palavra Religião deriva do latim (religare), que se entende como religação com o divino, é um conjunto de pensamentos sobre os motivos, que comandam a natureza e que nos faz pensar sobre questões como a finalidade da vida e do universo, especialmente quando considerada como a ação de um ser místico ou quanto a relação dos seres humanos ao que eles consideram como santo, sagrado, espiritual ou divino.

    Wellington David / 2 período Teologia

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  9. Somos filhos da terra por estamos inseridos no espaço terrestre, e, além disso, permanecemos sendo filhos do céu, pois procuramos este DEUS seja nas religiões, ou no cotidiano da vida, por meio das nossas capacidades sejam elas pessoas ou provisórias. Deve-se ter convicção, que a religião é muito importante para o ser humano, pois o homem sente a necessidade de estar com Deus, tendo-o como protetor, guia e mestre.
    Por conseguinte podem até disfarçar no sentido de interesse pessoal, no entanto sentem a necessidade da essência de Deus, porque nenhum objeto ou coisa pode medir a existência de Deus. Muitos procuram se esconder através das drogas, fugindo muitas vezes de sua realidade, e esquece-se de procurar o mais importante que para outros deixa de ser o essencial. A religião é de infinita importância para o homem, portanto muitas vezes Deus se torna desconhecido para o homem, e muitos o têm como característica de sentimentos, ou ate diria mesmo de entendimento.
    Na minha convicção a religião é sadia, mesmo que para outros seja perniciosa, pois Deus revela aos homens por meio de sua palavra, e o induz a um caminho de interiorização para assim reconhecemos nossa pequenez, nosso nada. Muitos podem até pensar ou dizer que a religião é algo ultrapassado mais é notável a presença da religião em toda parte do mundo, portanto a importância não é só resistir neste espaço terrestre e sim viver em união com o sagrado.
    Entretanto, se entendêssemos melhor e deixássemos de se apegar as coisas para amar mais a religião, a Deus, seriamos mais felizes, no entanto isto é falho por causa do comodismo, tranquilamente o ser humano seria feliz se lese e relesse a Sagrada Escritura onde descobriríamos um sentido novo para a vida.

    Ir. Maria Edneide Teixeira da Silva
    2º Período de teologia

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  10. O texto apresentado trata do homem enquanto ser terrestre, “morador da terra” e do mesmo homem, reconhecido como “filho do céu”, dada a sua abertura ao transcendente, ao espiritual, ao mitológico.
    Enquanto ser terrestre ou habitante da terra, se relaciona com as coisas do mundo, porque inserido no espaço físico junto com os demais seres e coisas criadas ou existentes, com necessidades básicas a atender, incluindo nesse contexto não só a fisiologia, mas igualmente a cultura, a socialização, etc.
    Mas ao lado dessa realidade física ou material, convive outra que se reporta ao aspecto imaterial, ligada ao transcendente. Típica e única da natureza humana, ela nos remete à questão religiosa, ou mesmo filosófica na visão de outros, mas que presente em todas as sociedades, atual ou do passado, dada a vocação primária do homem de sempre se voltar para o imaterial, como uma necessidade paralela, mas não de menos importância.
    Ao se falar em religião há de se recordar dos mitos, não o mito como expressão que traduz uma fábula ou mero produto da criação literária, mas este como uma necessidade humana de expressar e de se ligar à realidade do alto, de buscar aquilo que a sua compreensão não alcança ou enxerga.
    Nesse contexto, mitológico por definição, surge a religião, cujo termo pode ser lido em dois sentidos diversos, como apontado no texto, mas que de alguma forma se complementam: reler ou de religar. O sentido de reler torna presente a idéia da rememorização dos mitos por meio dos cantos, dos gestos, da própria liturgia em si, que vai exprimir ou expressá-los. O mito tem – e sempre teve – o poder de apresentar o modelo do “sagrado”, os caminhos e a forma correta do agir e do portar, apontando para algo além da razão e serve de elo entre a realidade material e a “realidade” transcendente.
    E assume o sentido de “religar” no momento em que por meio da fé o homem se liga a Deus. É a criatura buscando voltar-se para seu Criador. A dimensão teológica desse termo exprime e explica essa vocação que desde a origem foi determinada pelo próprio Deus, quando deu ao homem o “sopro da vida”, e nele infundiu a abertura para reconhecê-lo e amá-lo, tendo em vista o seu fim último (Gn 2, 5-7).
    Nesse contexto, verdadeira é a expressão que define o homem como “filho da terra e filho do céu”. Da terra, enquanto necessita das coisas terrestres ou materiais para sua sobrevivência, ao mesmo tempo em que, tendo origem em Deus, igualmente pende do transcendente para completar sua felicidade e realização, dando efetivamente sentido à sua razão de ser e de existir, isso porque, nas palavras do próprio Jesus, Deus encarnado, não só de pão vive o homem (cf. Mt. 4,4).

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  12. A palavra “religião” provém do verbo latino religare (ligar, juntar, unir), o que está relacionado com um dos aspectos fundamentais da religião: a união entre o homem e o divino. É o reconhecimento de um Ser Divino, é ter convicção que este Ser tem controle sobre a vida e destino do homem.
    A religião é crer na existência de um Deus com o qual se estabelece uma relação através da oração, é o respeito que o indivíduo sente perante o divino ou o sagrado, concebido como ser supremo transcendente.
    Para alguns, o sagrado é transcendente, isto é, está para além de toda a realidade humana; para outros, o sagrado é imanente, isto é, engloba o próprio quotidiano, e Deus imana ou brota dele.
    Para Pascal, a religião tem a ver com o modo como o homem se relaciona com Deus. Essa relação tem como pano de fundo o desejo de vida e felicidade eternas. Apesar de ser impossível saber se Deus existe ou não, segundo Pascal é do nosso interesse acreditar que Deus existe e seguir os seus mandamentos, porque, caso exista, teremos como recompensa a vida eterna.
    A religião é, indiscutivelmente, parte de nossa vida. E o ser humano sente necessidade de dar sentido a ela. E isso ele busca através da religião. A religião propõe valores e ideais tais como: amor, respeito, diálogo, perdão, etc

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  13. Filhos da terra e filhos do céu



    Desde os primórdios dos tempos, o que nos foi ensinado sobre a criação do ser humano – feito do barro da terra, saindo do solo fértil e sendo respirado em suas narinas um sopro de vida e para ela um dia voltaríamos – nos deparamos com a necessidade de conhecermos e nos encontrarmos com aquele que nos criou. No mundo de hoje onde a nossa vida está sempre agitada pelo corre-corre do dia a dia, por tantos problemas, tantas dificuldades, pela ganância, pelas disputas por lugares cada vez melhores, deparamo-nos muitas vezes com um sentimento de vazio dentro de nós e uma necessidade de nos preenchermos com alguma coisa. Como não encontramos nos bens materiais, sentimos a necessidade de buscar em algum lugar, seja numa igreja num templo, numa seita... Algo que o dinheiro não pode comprar.
    Só através da religião é que conseguimos os meios necessários para nos preenchermos. Pela oração, pela leitura da palavra e no silencio interior é que nos religamos com aquele que nos criou.
    Hoje em volta a tantas diferenças religiosas e culturais, catástrofes e desordens sociais, desigualdades salariais, famílias desestruturadas por causa de uma sociedade que prega que tudo é normal, tudo é fácil, precisamos rele a religião sem sairmos do foco de Deus, sabendo que somos filhos do céu, confiando na presença de Jesus no nosso meio e nos fortalecendo com o seu corpo e o seu sangue na transubstanciação do pão e do vinho.
    Para podermos rele e ensinar as coisa de Deus, temos a necessidade de olhar para as mudanças que acontece no mundo e mostrar para as pessoas que só os bens materiais não conseguem nos preencher.
    A necessidade de Deus está dentro de nós, à dificuldade é reconhecê-la.

    José Rosenildo da Costa Nunes

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  14. Waldisar Queiroga e Silva
    Comentário: FILHOS DA TERRA E FILHOS DO CÉU

    No presente texto em comento, no qual o Titular da Cátedra de Psicologia das Religiões da FAHS, o Lente Joaquim Oliveira, solicita que se faça uma análise situando à realidade humana na dicotomia “homem do céu (homo religiosus) e homem da terra” (homo húmus), enfatizando na atualidade a presença da religião como elemento necessário a vida do homem e em contra ponto acentuar a significação do verbete “religião”. Por primeiro, assinalo uma das múltiplas significações do verbete Religião: “s. f. 1. Serviço ou culto a Deus, ou a uma divindade qualquer, expresso por meio de ritos, preces e observância do que se considera mandamento divino. (Dic. Michaelis- UOL).
    Religião significando religação com o divino, é um conjunto de crenças sobre as causas, natureza e finalidade da vida no universo, especialmente quando considerada como a criação de um agente sobrenatural, Deus. Perceber a íntima relação amorosa entre o Criador e Criatura é o desafio constante do homem, pois esta realidade, somente acontece na dimensão da fé.
    Assim posto, é forçoso perceber que a existência humana bem estruturada, nas várias dimensões, lastreia-se em princípios morais sólidos ofertados pelos ensinos religiosos.
    Quanto à questão do “Reler” (ler novamente), nos acontecimentos coevos, torna-se um imperativo inalienável, sempre na perspectiva da lei moral, em oposição a abertura social permissiva, laxa e modista, que se observa, o caminhar coletivo do povo para a banalização dos bons costumes, eliminar a ética e caminhar célere em direção ao abismo e a barbárie.
    A Criatura homo húmus (homem da terra) necessita do vínculo afetivo do amor ágape do Criador para ascender à morada celeste.

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